sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Acompanhada de mim

Nada está no lugar. A vontade existe,  é verdade. Mas a ausência de profundidades me entorpeceu. Aprendi a receber pouco,  a exigir quase nada,  a querer sempre menos. Às vezes não me reconheço da maneira como estou neste exato momento.  Sinto minha essência se perdendo aos poucos. Não acho legal. Tenho me acostumado com a saudade sufocada.  Viciei nessa coisa de solidão.  E por ficar tão só, já não sei se te quero de fato aqui perto. Acho que a gente só de dá bem assim de longe...
Dm

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Porque é você

Te dou minha melhor poesia e te enfeito com minha letra arredondada. Você sorri,  apenas. Intensa que sou,  aceito e quase morro calada.
Te ofereço meu colo,  meu abraço,  meu braço,  os traços.  Você,  tão contrário ao que sou,  novamente,  me dá um sorriso seco,  de canto,  de lado. 
Guardo o meu lado bom pra compensar os dias de ausência.  Mas você,  secamente,  sem piedade ou mesmo compaixão,  ignora o que te ofereço. 
Prefere o oco,  o seco de amor.
Me aproximo,  você se afasta. Corre para o lado oposto. Fica perto de quem nada ou pouco tem a oferecer. E eu entendo. Sempre entendo essa tua relutância em aceitar. Aceito porque te quero bem. E parafraseando Montaigne,  gosto de você porque é você,  porque sou eu...
Dm

Outubro

Outubro chegou chuvoso.  Trouxe melancolia pro meu dia. Deixou minha saudade nublada,  cinza,  sem graça como deve ser. E não te esqueço.

Acordo como quem não dorme. Permaneço em silêncio.  Não ouso falar,  insinuar ou mesmo escancarar de vez essa falta absurda que você provoca.

Já não consigo chorar. Sigo anestesiada e imune a qualquer sofrimento que me corte o coração.  Sinto e sei que é bom. Desfruto esse bem querer.

Você aparece sempre quando mais preciso.  Por mais que eu queira muito mais,  gosto e me faz feliz saber que você ainda pensa em mim.
Dm

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Viva bem

Gosto sempre, um pouco e tanto. Espero o que talvez nem aconteça... Mas que fique claro,  espero e não me desespero!
Porque eu sei o que é bom pra mim,  aquilo que acaba e o que nunca terá fim.
Leve sua vida na brisa. Voe,  conheça,  se encante... viva o melhor do dia.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Como deve ser

Não me entendo direito.  Então,  como posso tentar compreender esse seu jeito? 
Te quero sempre por perto, mesmo sabendo que terei pouco ou nada de você inteiro.
Não sei até quando será assim.
Talvez eu canse dessas suas ausências.
Quem sabe eu te esqueça...
Não é essa a ordem natural dos amores não correspondidos?
É tudo uma questão de manter a tranquilidade e a razão no lugar.
Dm

sábado, 21 de setembro de 2013

Perder

Perde- se tempo com a falta de tempo
Perde- se tempo com quem te faz perder tempo
Perde- se muito com a falta de amor
Ganha- se nada nessa corrida em vão

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ir

Que eu saiba o exato momento de desistir
Que eu não me arrependa de tentar
Mas,  acima de qualquer coisa,  que eu reconheça o meu valor e deixe o amor- próprio conduzir minhas escolhas.  Ps.: porque amar é também respeitar.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A gente pode tentar

Me deixa tentar tirar teu sono
Deixa que ainda te faço rir
Se você quiser,  te sigo e faço companhia
Prometo te entender,  não te julgar, te dar o meu melhor, ser feliz todo dia
A gente pode tentar se entender
A gente tenta se amar
E mesmo se a tristeza bater,  prometo continuar
Me deixa fazer parte do teu dia
Saber dos teus planos, ouvir teus desenganos
Deixa eu te amar

O que sou?

Carrego um coração agoniado
Trago no peito uma dor de sei lá o quê
Uma frase entalada na garganta
Um sim abafado,  sufocado pelo medo ou pela indecisão
Tenho em mim uma alma inquieta
Sem pudor ou qualquer coisa à mostra
Sustento uma postura ereta
Mas o que sou está longe de aparecer de fato
Carrego uma saudade imensa
Sinto falta de quem nunca foi meu
Lembro diariamente de um rosto
Guardo memórias de quem já me esqueceu

Medo

O medo trava o riso
Tira o sono,  agita e até pode entorpecer
O medo impede que o amor aconteça, mata a coragem,  te segura da paixão
Feliz de quem não teme o medo
Virtuoso quem não teme uma desilusão

Falta

Saudade que aperta o peito. Espaço incompleto de você.  Saudade cedinho,  à tarde,  ao anoitecer.  Ah,  se você ao menos soubesse a falta que faz...
Sinto e muito, sinto a sua falta.  E não há paliativo que ao menos amenize. Tudo é vazio, nenhuma ilusão.
Dm

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Você faz

Me arrasta,  corta,  arranha,  cospe,  lambe, me come!
Esfrega,  esquenta,  amassa,  rasga,  chupa e me consome.
Tumultua, vasculha,  invade,  explode,  sacode e faz folia em mim.
Bagunça,  vandaliza,  picha,  arranca,  me desmonta inteira!
Descarrega,  entrega,  se nega,  me larga na estrada.
Se omite,  some,  foge, se esconde e me deixa abandonada.
Não finjo!  Digo e repito : quero você mesmo assim.
Dm

Quarta fria

A noite segue fria. Tento te encontrar. A busca é inútil. Me perco dentro de você.  Vejo teu rosto numa foto,  barba por fazer e sigo com uma certa melancolia de coisas que poderiam ser.

Nada vai,  nada é e sabe lá o que seremos um dia. Guardo teu rosto no melhor lugar da minha memória. Por você,  cultivo um sentimento leve.

Gosto do que sinto. Só não acho bom quando você some de mim. Não precisa retribuir com absolutamente nada. Me acompanhe,  apenas.

Nem precisa dizer o que pensa. Pode ficar mudo ao meu lado. Também aprecio silêncios. Não me entenda,  assim como eu nunca vou conseguir compreender seus mistérios. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Lamenta-se!

Eu te preparei a melhor parte de mim. Esperei pra te ver,  sentir,  respirar tua essência.  Mas você não entendeu. Você me desmontou inteira quando ofereceu excesso de luxúria.  Pisou no que eu sentia enquanto fazia seu jogo.  Você me destruiu ao não sabe o que dizer diante da minha sinceridade.

Sim, eu quero.

Talvez eu não queira um namorado,  daqueles sérios com hora marcada e o peso de um compromisso constante.  Quero alguém pra suspirar antes de dormir. Quero ter em quem pensar todo dia de manhã,  acordar motivada e saber que do outro lado da cidade existe uma pessoa que também pensa em mim. Não por imposição,  mas por vontade própria. Alguém que goste da minha companhia e sempre na hora de ir embora queira ficar um pouco mais. Não procuro complemento,  até porque me sinto completa. Quero alguém que me faça ser melhor,  alguém que acrescente.  E,  claro,  acho que também tenho algo a acrescentar a esse alguém. Quero alguém que seja motivo e desânimo.  Sim,  que seja o motivo da minha busca em ser feliz e o desânimo para minhas ideias negativas que só me fazem involuir. Quero ter em quem pensar quando eu viajar para longe. Quero um ânimo pra voltar e saber que alguém me espera ansioso.  E quando eu pensar em largar tudo eu pense:  'porra!  Tem fulano.... não vou fazer isso' . Quero alguém que sinta orgulho de eu ser quem sou.   Quero alguém que brigue comigo e diga como estou sendo imatura. Alguém que me surpreenda numa terça-feira qualquer,  sem data especial.  Não precisa me mandar flores,  mas que lembre de mim ao passar perto de uma livraria e pense: será que ela já leu esse?  Quero alguém que lembre de mim quando até eu já esqueci quem sou.

Reticente

Tenho muitas coisas pra falar. Acho que dá pra encher uma página. Silencio,  apenas. Fico calada porque tudo que eu disser será pequeno perto do que sinto neste momento.

domingo, 15 de setembro de 2013

Sim ou não?

Não há razão para adiar a felicidade
Tudo está tão claro
As palavras já disseram além da verdade
Um sentimento raro
Não tranque aí dentro desse coração
Você não diz sim
Emudece cheio de nãos
Viver é se permitir
Ir além da razão

Sim ou não?

Não há razão para adiar a felicidade
Tudo está tão claro
As palavras já disseram além da verdade
Um sentimento raro
Não tranque aí dentro desse coração
Você não diz sim
Emudece cheio de nãos
Viver é se permitir
Ir além da razão

O seu melhor em mim

Você me melhora
Você fala e seu discurso me faz bem
Diz tudo que eu já sei
Mas gosto mesmo é de ouvir de você
Não precisa estar perto
Me faz bem a quilômetros de distância
Não sei se sabe ao certo
Mas se soubesse,  viria me ver
Não faz ideia de como me sinto
Quando estou com você
                                 Dm

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Poeminha

Finjo que não ligo
Te olho displicente
Você beija meu umbigo
Que cara indecente!

Me cobre com teu corpo
Cochila em minhas costas
Gosto desse enrosco
A cama é toda nossa

Você me olha amassado
Gosto de como me fala
Como é bom ficar do teu lado
Você ri da minha cara
Dm

Ai ai

Provoca e atiça o que há de mais louco em mim
Me derreto inteira e você gosta quando me entrego assim

É de enlouquecer a vontade  - que nunca passa  - de você
Peço,  me dou,  imploro...
Só sei mesmo é te querer

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Gêmeos

Basta você me dizer umas poucas palavras pro meu coração voltar a bater descontrolado. 

Arrepio,  novamente... Te sinto perto,  mas sei que a distância já faz parte de nós. 

Me iludo tentando criar cenas futuras. Inútil!  Se me quer,  me queira direito.  Queira por você,  sem culpa ou medo. 

Deixa que o tempo cumpra seu papel. Nada deve ser programado. As coisas simplesmente acontecem.

Minha infância


Guardo o limoeiro, a mangueira,  o abacateiro, a goiabeira.... Tínhamos uma salada de frutas no quintal.

Terra fértil, regada com a base- não muito sólida- da nossa família.  Sim,  éramos uma família como tantas outras por aí. 

A gente brigava,  mas logo todo mundo se entendia. Eu passava as tardes num galho da goiabeira- que hoje já não existe mais.

Mamãe fazia polpa com as goiabas tão suculentas!  Doces,  suco,  torta.... Hummmm!  Cheguei a pensar assim um dia: ' Como pode alguém gostar tanto de goiaba?'

E os abacates?  Como eram deliciosos!  Saudade sem fim de uma infância pura,  com contato direto com a natureza.

Hoje só sobrou o limoeiro e um pé de algodão.  A família também não existe mais. A casa está abandonada,  sem vida ou qualquer lembrança de que ali a felicidade morou um dia.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Arte

Me parto. Reparto-me em pedaços que nem eu consigo contar. Porque é preciso nascer ou simplesmente renascer para a vida.

O que vejo da janela é uma chuva de paisagens.  É difícil escolher fazer parte de alguma delas ou continuar presa a essa moldura velha.

Hoje escolho ser o pintor da nova tela. Serei a paisagem que eu pintar.  A moldura?  Pouco importa. Só me interessa sair dessa exposição sem visitante. O museu está abandonado e só me dei conta disso agora.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Carta para D

Mande notícias,  DM!  Aqui sou eu,  aquela mulher séria,  que ficou muda inúmeras vezes ao seu lado.
Continuo com minha timidez secreta  - se é que é possível manter uma timidez secretamente.
Espero que esteja bem e feliz. Viajou?  Já voltou?  Ou nem pensa em voltar mais?
E os vinhos?  Sempre que abro uma garrafa lembro de você.  E,  claro,  inevitavelmente,  lembro da taça quebrada.
Foi uma noite agradável.
Você está feliz?  Desejo que esteja feliz e com um sorriso nos lábios. 
Ainda grava você cantando sozinho? Me manda um vídeo qualquer dia. Acho que você leva jeito pra dublagem... 
A diarista parou de lavar suas cuecas na máquina?  Aquelas bolinhas incomodam,  né?  E o gato,  como está?  Engraçado,  nunca tive vergonha ou pudor algum de você,  mas tinha uma certa preocupação com o gato. Sei lá,  ele ficava olhando a gente. Sabe lá o que se passava pela cabeça dele. Sinto falta de jogar conversa fora com você.
Desculpe se apareci assim de repente.  É que hoje a saudade quer explodir dentro de mim.
Desejo boas notícias!

Setembro

Setembro chegou. Veio florido,  cheio de vida,  se abriu para ficar.

Deixou agosto partir e repartir-se em 31 pedaços sem dó.

Seja bom. Me traga surpresas,  só não me deixe perder o tom.

E quando você for,  não esqueça de me avisar e leve embora toda dor.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Tempo de amar

Pronta para residir em um novo endereço.
Completa para um novo amor
Ou qualquer adereço.
É tempo de renovação e viver sem pudor.
Não desperdiça amor,  seja com quem for!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Abraço

Você pediu minha mão e eu te dei meus braços.
Sorriu de volta e me entregou um abraço.
Devolvi ou só recebi o enlace dos braços? 
Pouco importa...
Só sei que me sinto muito bem onde há braços!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Status de hoje


É preferível entrar num rolinho primavera do que insistir num relacionamento "fala sério".

Cerrado


Nasci com o coração de cerrado.
Basta a primeira falta de umidade (ou humildade) chegar pro coitado pegar fogo. 
Se derrete todo,  queima com chamas intensas e insanas,  parece gostar do fogo.
O problema é quando o incêndio acaba...
Só se vê devastação. 
Cinzas,  muita fumaça,  tudo destruído. Sinceramente,  é de cortar o coração. 
Ainda bem que sou cerrado! 
Me destroem fácil,  mas me recupero com a mesma rapidez do espalhar das chamas. 
Agora é só esperar as primeiras gotas de chuva (de carinho) pra eu me recompor e florescer novamente.
Porque a vida é assim,  tudo é transitório. 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Adeus




Te deixo ir. 
Liberto você daquilo que fiz de prisão aqui dentro de mim. 
Ninguém é dono de ninguém e cada um sabe o bem -ou mal-  que o outro faz. 
Ficamos não porque temos consideração ou pena,  a gente só fica quando o conforto é uma constante,  não uma raridade.  
Não vou dizer que é fácil te deixar livre. 
De fato,  nunca é fácil desistir do que se quer. 
Você desistiu de mim de forma seca e firme. 
Você não mais me queria,  mas sabia exatamente o que queria começar  -com outra-  e já sabia há tempos.  Me disse sim que ecoou em centenas de nãos. 
Os nãos sem vírgulas,  pontos,  exclamações,  sem reticências... 
Eles ainda estão soltos na minha cabeça,  mas vai passar. 
Espero que você encontre abrigo e conforto num novo coração que te ame. 
Te desejo reciprocidade. 
Desejo que esse novo lar devolva teu sorriso - que eu nunca consegui tirar desse abismo que você carrega.  Desejo boas notícias pra você, pra mim,  pra nós...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Do jeito que é...



Cheguei a conclusão de que quero você.  
Sim,  apesar de todos os seus defeitos,  eu quero você perto. 
Não ligo para suas manias, postura errada,  muito menos me importo com sua indiferença- é,  porque você sabe perfeitamente ignorar qualquer pessoa. 
Confesso que me assustei aquele dia em frente ao seu prédio quando,  segundo você,  uma ex namorada insistia com dezenas de mensagens  e ligações.  
Friamente,  de forma seca,  você desligou o celular e seguiu contente comigo naquela noite de domingo.  Talvez isso faz parte do seu show. 
Atiça,  faz a palha pegar fogo,  se queima e cai fora.  
Tudo é uma questão de ignorar a partir de agora. 
Você faz muito bem,  você sabe que faz... 
E eu devo estar muito louca mesmo. 
Apesar de tudo,  quero você exatamente assim.

domingo, 11 de agosto de 2013

Viver é importante



Desejo boas notícias.  
Nada mais sei sobre você,  muito menos sobre sua falta de crença no amor. 
Talvez esteja vivendo só,  como você tanto gosta e faz questão de dizer como é bom viver sozinho.  
Desejo que a palavra superficialidade seja banida do seu vocabulário,  da sua vida. 
Experimente sentir profundo,  gostar inteiro, desejar intensamente. 
Tente viver o que você de fato é.  
Viva o que quiser,  sinta inteiro qualquer sentimento,  sinta por qualquer pessoa. 
Não pense na reação alheia,  os outros vão sempre criticar mesmo. 
Então,  assuma o que você é. 
A vida é só uma e passa tão rápido.  
Aprenda a dizer não e coloque pontos finais nas suas relações.  
Escute,  ouça mais. 
Se não souber responder,  fique mudo,  mantenha-se em silêncio. 
Por favor, não diga nada. 
Só não seja monossilábico. 
Isso incomoda e de certa forma parece até descaso e falta de interesse. 
 Ah,  só mais uma coisa.
 Quando você for sair com alguém,  deixe a preguiça trancada ou então,  coloque- a no bolso e jamais deixe- a à mostra.

sábado, 10 de agosto de 2013

Conto?

Como quem nada espera,  novamente,  aqui estou,  sou e vou. Tenho mantido um ar de tristeza.  Acho que decepção me define melhor. Disse,  repeti - e menti- , dezenas de vezes sobre meu desinteresse amoroso. De fato,  a princípio, eu nada queria. Cansada de tantas expectativas e palavras mentirosas, o que eu mais desejei antes de te encontrar foi apenas um caso ao acaso,  um conto,  um haicai.  Não sei como esse conto pôde dar errado. Personagens superficiais,  banais,  fomos tão normais. Tínhamos tudo para um conto perfeito. Sabíamos desde o início o interesse de ambos.  Tudo sempre esteve muito claro,  escancarado,  evidente.  Ninguém enganou ninguém.  Te disse pra seguir livre,  mesmo querendo te pedir pra ficar. Você me respeitou. Reconheço.  Acontece que eu estraguei cada frase desse pseudoconto. Desde o primeiro dia ao último. Enquanto seus olhos me devoravam naquela creperia,  eu guardava milimetricamente cada traço teu. Simplesmente,  fiz questão de decorar seu jeito,  sua voz,  a forma como me olhava,  um tanto incomodado com meu silêncio depois do amor. Amor?  Não.... só maneira de dizer. Eu só ficava muda porque estava em choque.  Agora você me entende?  Eu não podia estar me apaixonando por você!  E só me dei conta disso quando percebi que nada,  absolutamente,  nada em você me incomodava.  Me perdi entre tantas palavras,  rimas,  quartetos e tercetos de um soneto que fiz só pra você.  Há tempos não escrevia... Você foi além do desejo,  você mexeu comigo e bagunçou minhas palavras.  O que escrevo agora é triste, mas não importa. Melancolia já faz parte de mim. Saiba que você ainda me inspira.
Desejo boas notícias! 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Tudo é ilusão!



De repente,  toda inspiração virou pó.  
Como um vaso de gesso,  uma boneca de porcelana,  um punhado de terra ... 
Tudo o que restou foi uma porção de ilusão em pó.  
Basta um sopro para acabar com qualquer resquício de sentimento.  
Efêmero!
Nada criou raiz. 
O que vivi foi só efêmero...

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Saudade


Acordei com uma saudade inexplicável de você.  
De repente,  tudo que eu estava trabalhando dentro de mim sobre razão desabou. 
Guardo cada detalhe do teu rosto como se fosse um quadro. 
Sei exatamente tuas expressões,  tom de voz,  detalhes que talvez nem você sabe que tem. 
Sinto sua falta.
 Mas já não sei se te quero perto ou longe da minha vida. 
Hoje sou só saudade e transbordo uma dor sem fim no coração. 
 O dia parece bonito lá fora. 
Não vejo graça nem tenho ânimo pra se quer levantar da cama.
 Não volto a dormir porque tenho medo de sonhar com você pela milésima vez.
 Choro. 
Vou chorar tudo até você secar dentro de mim.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Espelho



Ela digeriu a falta de sentimento e aprendeu a conviver com a indiferença. 
Engoliu a amarga frieza, vomitou a secura de espírito e transpirou solidão.
 Decidiu viver assim até nunca mais sentir nada,  nem mesmo frio. 
Aprendeu a lidar com o abandono e se tornou fria,  seca por dentro. 
Achando que era única,  se enganou. 
Era apenas reflexo.
 Lamentável,  mas ele era só o outro lado do espelho.

Terça de Sol

Bom dia. Talvez seja hora de acordar,  sentir o Sol queimar,  pisar descalço.  Tenho inúmeras coisas pra fazer. Acho que vou adiar tudo mais uma vez. Sinto um frio incompreendido.  Aqui da janela do meu quarto dá pra ver a claridade dos raios solares. Não me movo. Talvez seja a hora pra tantas coisas e me encontro assim,  completamente despreparada,  crua,  sem tempero algum. Aos poucos,  dia após dia,  sinto como já não vivesse mais neste mundo. Tudo me parece estranho. É o tipo de constatação que me entristece. Não me apetece um mundo onde as pessoas não se importam com o amor. Mundo tão oco do que realmente é importante. Pessoas frias e extremamente racionais me cercam e tentam de todas as maneiras me enganar.  Sigo sozinha.  Me isolo porque não é boa a ideia de viver cercada por pequenos egoísmos. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Dai- me paz

Me vi sem máscara. Meu coração,  apenas uma casa cheia de coisas inúteis.  Como a casa dos chamados acumuladores,  assim minha vida se apresentou.  Cheia de pessoas,  sentimentos,  memórias,  resquícios,  pedaços,  algumas incompletudes,  coisas graves. Tenho vivivo esse tempo todo exatamente no meio dessa confusão.  Há tempos tento arrumar a bagunça.  Nunca consegui. Acumulo e tenho dificuldade de deixar ir. Tenho muitas vírgulas e pouquíssimos pontos finais.  Tenho tanto medo de ser abandonada que eu simplesmente acumulo,  como um ímã.  Faço questão de manter tudo e todos por perto.  Deixo ficar até mesmo pessoas e sentimentos que me fazem mal. Fico com eles porque não quero ser deixada. Já perdi tanto nessa vida e continuo com medo de perder. Vivo um descontrole absurdo.  Sou emocionalmente descontrolada e isso reflete até no meu medo absurdo de dirigir.  Como conduzir um carro se não controlo nem mesmo meus sentimentos que são invisíveis? E sou assim desde criança. Sempre tive alguém cuidando de mim. Até meus 15 anos a figura paterna mais forte era meu irmão.  Éramos tão cúmplices. Ele era meu protetor e tinha muito orgulho das minhas conquistas.  Quando ele se foi meu mundo se afundou.  Dez anos desde a sua morte... Ainda hoje sinto uma saudade imensurável. Sinto que cobro de cada relacionamento a ausência do meu irmão.  Cobro todo cuidado,  atenção,  amor gratuito que só ele podia me dar. Por isso me sinto tão frustrada sempre. Nunca ninguém vai me dar amor assim. Isso já entendi. Me vi como uma mercadoria barata que qualquer um pode ter. Que graça tem?  Nenhuma!  Não sou um pedaço de carne,  me fiz pedaço pra ser aceita. E o que importa é isso.  Tenho consciência que sou mais,  sou única e por isso preciso preservar o meu melhor e me valorizar. Tudo vai acontecer naturalmente e no seu devido tempo. Estou em paz. Calma e tranquilidade é o que espero manter.

Indelicadeza

Tem gente que tem o dom de estragar o dia da gente. Pessoas deselegantes logo cedo,  definitivamente,  não tolero. Transpiro ternura e quero receber no mínimo respeito.  Má educação disfarçada de sarcasmo me faz mal. Agora,  neste momento,  sinto esvair- se parte da admiração gratuita,  genuína,  singela,  pura que sinto. Não me agrada saber que a cada dia um pedacinho de você se estilhaça dentro de mim. A ideia de um súbito esquecimento me arrasa!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ponto final

Leva dois foras. Quer mudar de vida. Sai de casa. Vai morar longe. Não pega o carro. Vai de ônibus. O coletivo não passa no condomínio.  Pensa em ligar pra alguém pegá- la. A tim não tem sinal. Vai andando pela BR escura. Sai de casa,  novamente.  Vai à festa pra esquecer o dia anterior.  Dorme fora. Acorda cedo pra trabalhar. Não tem sapato,  sutiã,  blusa... Só tem uma saia e o vestido de festa.  Vai trabalhar com a blusa alheia. Também não levou secador. Compra um novo. Acorda cedo.  Banho demorado,  cabelo limpo,  secador não funciona. Manda mensagem que não devia. Se arrepende. Baixo astral. Chora e irrita a lente.  Cai rímel no olho. Passa o dia com um olho vermelho. Indecisa. Vai ao médico.  Úlcera de córnea. O programa de hoje furou. Não vai mais conhecer um pretendente. Atestado. É proibida de usar lentes. Não tem óculos.  Faz um emergencial.  Só entregam segunda-feira. Faz as malas e volta pra casa. Dia quente. Cerrado pega fogo. Bombeiros alertam: "as chamas podem atingir sua casa".  Deixa queimar...
Minha vida cheia de ponto final virou reticências....

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Barba 2



Exibiu-se no instagram. 
Ela estranhou a ausência de pêlos, mas gostou do rosto liso.
Ele a ignorou. 
Ela entendeu e partiu. Foi fazer companhia aos pêlos deixados para trás.
O amor? Desceu pelo ralo.

domingo, 28 de julho de 2013

Erros


Errei. Sim, errei quando decidi te conhecer.
Errei porque gostei de você logo de cara.
Você errou meu nome e eu achei estranho, mas ignorei a falha.
Errei porque gostei da sua camisa azul, assim como a minha.
Errei porque você me abraçou naquele estacionamento e eu achei aquilo incrível.
Achei tão bonito quando olhou um quadro da Torre Eiffel e disse: "É exatamente assim..."
Te respondi com um longo silêncio.
Afinal, eu ia falar o quê da cidade luz?
Nunca fui a Paris.
Eu só errei com você.
Errei quando fiquei muda - mais uma vez - ao te ver gesticular com as mãos. Gostei das suas mãos, apesar delas terem quebrado a taça de vinho.
Você me olhou envergonhado e eu disse: "Relaxa!"
Mas na verdade eu queria mesmo era rir de você.
Errei mais uma vez quando continuei gostando da sua camisa azul, agora com toques de vinho... rss
E você me deu um beijo em frente à Torre Eiffel, com gosto e manchas daquele vinho tinto.
Errei porque gravei todos esses erros que cometi com você.

Se



Talvez se eu dissesse
Se você quisesse
E eu pudesse te encontrar
Quem sabe eu saberia
E talvez você diria
Por um instante eu estaria
Mas seu eu não sei, quem saberá?

Barba

A ausência de pelos no teu rosto gritou: "Ei, ele desistiu de você!"

Mosaico de gente


Já vivi sem orgulho e me arrastei como um bicho no chão. Mas aí eu aprendi e ganhei asas. Voei! Voei alto e longe. Não sofro da doença de Chagas, mas meu coração é gigantesco! Amo e desamo com facilidade. Vivo extremada. Ou gosto muito ou sinto nada. Aprendi a perdoar. Depois de tantos erros -  e continuo errando - aprendi a me perdoar. Porque a gente erra mesmo. A gente se ilude, se humilha, se engana, se mete em encrenca e se envergonha. A gente vive! Entenda assim. Não me envergonho de sentir, viver, de amar à flor da pele. Já me apaixonei por covinhas, por sorrisos, por sotaques... Óbvio que o conjunto conta e conta muito. Mas me apaixono mesmo é por detalhes. Me encanto com manias, jeitos, trejeitos que recebe, que percebo no outro. Sou como um mosaico, são pequenas porções que me completam.

À moda antiga


Definitivamente, cansei de bancar a moderninha. Essa coisa de não ter namorado nem mesmo um ficante fixo já deu. Minhas ideias são descoladas, mas meu coração está preso à minha caixa torácica. Pulsa, bate amarrado em meio a tantas terminações nervosas. Não entendo como alguém pode beijar sem sentir nada. Beijo é entrega. Claro, quando ambos compartilham da mesma sintonia. Não adianta posar de moderna sendo que minha alma grita pelo amor retrô. Sim, aquele amor que troca olhares, do namoro no sofá, da espera na janela. Ok, isso é raro. Mas quer saber? É exatamente isso que espero.

sábado, 27 de julho de 2013

Sábado triste



Meu peito hoje é só tristeza.  Segurei o choro a semana inteira,  mas hoje me permito chorar. Não costumo guardar angústias.  O choro limpa a alma e acalma o coração.  Não vou me lamentar o resto do ano,  ainda estamos em julho. Talvez eu continue triste pelas próximas semanas.  Mas esta é a vida.  É barra!  Vivo construindo castelos para de longe observar a queda do grande palácio.  Hoje quem desaba sou eu. Depois,  junto os cacos e recomeço.  Continuo porque não posso deixar de acreditar em finais felizes.  Não posso crer que o pra sempre não existe.  Vá,  sei que encontrou o seu castelo. Fico feliz,  de coração.  Não há nada melhor que o prazer do encontro. Viva intensamente!  Minha hora também vai chegar. Vou esperar.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

'Vida voa e o tempo é outro já!'

Porque a gente precisa ir... Machuca,  não tenha dúvida.  Mas a vida é espelho. Só reflete o que colocamos à sua frente.  Tão simples e complicado ao mesmo tempo. Sigo,  apenas.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Odeio reticências

Já disse uma vez e volto a repetir: sou exclamação, interrogação, ponto final. Vai contra minha natureza ser reticências. Também não levo jeito para vírgulas. Posso ser no máximo um ponto e vírgula. Nasci para ser completa, ter intensidade, sentir com profundidade. Por mais banal que qualquer emoçãozinha possa parecer, gosto mesmo é de viver e sentir à flor da pele.
Hoje não vou fazer um poema, escrever uma crônica, não sai se quer um conto. Deixo apenas essa observação, mais parecida e chamada de desabafo.
Estou triste e isso basta por hoje.
Sem mais.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Triste realidade

Resumo da minha vida amorosa: feio ou burro; Interessante: gay ou casado ou casado gay. Como diria a cantora Kátia cega, não está sendo fácil.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Uma pequena observação

Já sofro de drama agudo e me acabo nessa saudade sem fim. Acordo transbordando melancolia. Sinto falta,  sinto tanto... E de tanto sentir,  sinto muito.  Uma pena eu sentir em demasia por alguém que há tempos não sente nem pena de si.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Amor


Como é boa a sensação de imaginar os sonhos e pesadelos da pessoa amada. Sim, amada. Falo de um amor genuíno, natural de todo ser humano. As pessoas se assustam com a palavra amor, acham que amor só tem a ver com casamento, coisa séria. Só que amor não é sentimento. Acho equivocado comparar ou medir amor e paixão. Amar é querer bem, sentir-se à vontade, rir junto, compartilhar segredos, essas coisas de gente normal. Digo que amo e amo mesmo. Não preciso pensar num "...felizes para  sempre". Simples assim.  Amar é ser intenso.  É viver o presente de forma completa. Sendo assim,  amo mesmo. Amo porque quando estou como ele vivo o presente. Amo porque ele é meu presente. Me dou de presente e vivo o instante intensamente. Viver a profundidade me faz presente.

Juan

Você me visita em sonho sempre que me sinto só.
Me acompanha incansavelmente...
Parece que estou te vendo inquieto,
Agitado, irritado, querendo me falar:
"Não faça assim! " ou talvez,  "Ô mãe,  olha o que a Luana ta dizendo...".
Sinto sua falta.
Você deve saber como é ruim não te ter pra me proteger de perto.
Me visite mais.
Agora sou sua irmã mais velha...
Mas eu sei,  pra você ainda sou  aquela adolescente que adorava mexer nos seus discos de Rock.
Juan,  eu amo você!

domingo, 23 de junho de 2013

Não peço nada

Cheguei sem raiz e fiquei.
Logo eu que nada queria
Me enraizei! 
Perdi a voz depois do susto.
Resisti,  chorei, fui contra...
Tornei- me arbusto!
Aos poucos morro sem cuidado.
Sem interesse algum
Sofro ao seu lado.

Haja amor

De dentro pra fora...
Impossível ser diferente!
Coisa boa só revigora,
Deixa leve a alma da gente.
Encanta por onde passa
Leva paz e inspira ternura.
Essa coisa é tão forte!
Acredite: essa coisa cura.
É paciente e não reclama.
Tranquiliza o que é ausente.
Só se sabe quando ama
Só se vive quando sente!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Bichos

Sem pudor algum,  a gente se cheira!
A gente se lambe, se beija, se morde. ..
A gente se arranha! 
E como duas aranhas,  entrelaçamos nossas teias.
A gente pega fogo!
Como um caracol... Ai ai!  Você se enrola em mim.
Me deixa mole...
Me assanha e eu fico de manha,  me esfrego em você.
Viro felina! Quero arranhar você.  Disputo espaço com o bichano,  chego a miar de prazer...

Meu vício

Não tem medida
Não me desgrudo deles,  não me separo nunca, não há saída.
Acordo ao lado
Sou deles!
Viveria num romance...
Talvez numa estrofe ou quem sabe na rima de um poema clichê.
Vivo e me inspiro neles
Sou deles. ..
Mas queria ser de você!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Solitários de todo o mundo, uni-vos.

Não poderia deixar de compartilhar com vocês :

Seguimos nas reflexões sobre o fatídico 12 de junho.
Saiba, de cara, amigo(a), a solidão não vende um picolé de coco.
Daí o massacre da data dos pombinhos no jornalismo e na publicidade, diria o meu conselheiro Acácio.
O dia dos namorados vende de tudo: é a 25 de Março do amor e da sorte.
Somente o dia das mães -somos todos edipianos e este é nosso primeiro romance caliente ainda no berço- tenha tanto apelo quanto o dia dos namorados.
A solidão não vende um celular pré-pago, não recarrega ilusões baratas, não carameliza maçãs…
A solidão não janta fora em um bistrozinho romântico.
Seja a solidão opcional, seja a solidão imposta pelas contingências do momento.
A solidão faz amor consigo mesma.
Seja a solidão espalhafatosa, que chama a atenção do mundo; seja a solidão chique à Greta Garbo -”I want to be alone”.
O solitário talvez seja um bom personagem apenas para anúncio de uísque. Como a publicidade feita pelo Bill Murray naquele filme “Encontros & Desencontros”, da Sophia Coppola.
Se a vida dói, drinque caubói, renovo aqui o meu velho mantra.
Solitários de todo o mundo, uni-vos.
Não vos deixai abater pelo massacre do verdadeiro ou falso romantismo deste 12 de junho.
O massacre é tanto que alguns solitários se trancam dentro de suas casas diante da ditadura do fofismo. Como se o mundo fosse minimamente de pelúcia.
Calma, não vos deixai sucumbir de véspera.
É só mais uma noite de motéis e restaurantes lotados. É só mais chance para os arrastões na capital gastronômica do país.
A solidão não cai no conto do amorzinho-gourmet.
Sim, apelo. Tudo serve de filosofia da consolação nessa hora.
A solidão não carece de vaga no estacionamento, a solidão não cai no conto da noite-roubada, a solidão se contenta com uma pizza em domicílio. Com muito alho, óbvio, para espantar as más companhias que rondam a área no desespero e na carência da data.

Fonte: Só podia ser do nosso querido colega de profissão Xico Sá, da Folha de São Paulo. 

domingo, 9 de junho de 2013

Sua bandida


É que chamo de amor até mesmo essa dor disfarçada de sentimento.
Amor não é sentimento;
Amar é transcendental !
É ser mais, muito mais que esse friozinho na barriga aí.
Não se iluda com as coisas que escrevo.
Nem tudo é verdade.
A única verdade é que sou uma fraude.
Sou a maior estelionatária de sentimento que a polícia já viu.
Tentei me entregar algumas vezes.
Não deu certo... Ninguém acreditou no que eu dizia.
Talvez a prisão convencional não seja mesmo o meu lugar.
Policial: Registre o meu B.O.
Chame testemunhas, conclua esse inquérito!
Estou tão entregue...
Me denuncie! Me ofereça ao MP
Me prenda!

sábado, 8 de junho de 2013

Quem você ama de verdade?




Um dia, uma hora, um minuto, um piscar de olhos. Tão rara e com muita frequência não damos seu devido valor. Frágil não é a vida; Frágil sou eu, é você, somos nós.  Só nos damos conta disso quando, como um filme, sua vida passa inteira em segundos, ali na sua frente. Não há  que fazer. Como evitar a morte? Infelizmente, não há nada que possa ser feito. E é justamente nesse momento tão assustador, tão inaceitável é que pensamos naquelas pessoas que fazem nossa vida diferente. Hoje pensei em pouquíssimas pessoas. Logo eu, dona de um coração tão imenso, capaz de amar o mundo, me surpreendi com as raras pessoas lembradas no ápice da minha aflição. Acho que o remédio começou a fazer efeito. O sono me chama. Antes de ir pra cama, quero que saiba: Em nenhum momento deixei de pensar em você.

Sábado

 'Agora que você parece não ligar
Que já não pensa e já não quer pensar
Dizendo que não sente nada
Estou lembrando menos de você
Falta pouco pra me convencer
Que sou a pessoa errada' - Aqui - Ana Carolina



Não quero falar de tristeza. Hoje é sábado e o dia está lindo, pelo menos é o que parece olhando aqui da janela. Andei pensando em conversar, desabafar, falar nada. Pensei tanto e resolvi continuar com a melhor companhia: a minha. Não que eu seja perfeita - longe disso! Não existe perfeição. Se existisse, seria a coisa mais chata e entediante do mundo. Sou completa pra viver só, mas dependente de uma parte que só encontramos no outro. Então, analisando sob esse ponto de vista, somos todos incompletos. E de tanta incompletude, sinto saudade demais. Não me envergonho em dizer. Afinal de contas, todo mundo sabe - pelo menos quem me conhece - que discrição é uma virtude que não tenho. Vivo exposta, à mostra, escancarada! Não é à toa que sofro tanto, sinto tanto, falo demais. Assusto. Me assusto também. Faço cobranças em pensamento, reclamo baixo, grito em silêncio. Não sei dividir. O egoísmo me faz acumular pessoas, coisas, memórias, sentimentos. Deixo tudo bem guardado, trancado, passo o cadeado. Coloco um cão de guarda de vigia. Em vão... A caixa é transparente, de vidro ou acrílico. Todo mundo olha, qualquer um pode ver. 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Reticências





Parei de contar. Quase um mês, eu acho. Não há ponto, vírgula, interrogação, exclamação alguma. Vejo três pontos, apenas. Só há reticências. Queria não me importar, não ligar e ignorar simplesmente. Não faço assim. Acontece que penso vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana. Procuro encontrar um olhar perdido, um jeito meio tímido, calado e ao mesmo tempo engraçado em qualquer bar por aí. Não encontro. Lembro de cada detalhe do teu rosto. Dos olhos cansados, dos lábios finos, do sorriso no canto da boca. Sei tanto de você e pouco sobre mim.
Não me importaria tanto, se a lembrança da barba mal feita não tivesse tatuada tão claramente no meu corpo. Um incômodo pra você. Para mim, uma das sensações mais gostosas de sentir. É isso, lembro como era bom acariciar teu rosto barbado. Sensação só superada pelo êxtase de cheirar tua pele, beijar teu nariz, te mordiscar - embora essas mordidas não te agradassem. Apesar de me sentir podada, involuntariamente, minha boca novamente insistia em te morder.
Nunca te contei, mas lembra aquela sexta-feira? Então, eu te vi dormir. Te observei durante o sono profundo. E com o rosto junto ao meu, se desligou do mundo por algumas horas. Não me incomodei com o ronco suave. Achei engraçado quando se assustou dormindo. Fiquei imaginando o sonho ou pesadelo que teria provocado aquele pequeno susto. Deitei no teu peito e você, sem perceber, apertou minha mão. Eu fechei os olhos e me concentrei em te sentir. Um silêncio intenso se instalou naquele quarto. Encostada no teu peito, peguei no sono com a música das batidas do teu coração.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Aquilo que fica - Parte II





Repito há anos: Seja inteiro! Sei que corro riscos absurdos de me deparar com pessoas mornas, mas isso faz parte da vida. Pessoas frias, mornas, neutras fazem parte da existência humana. Elas são necessárias para que o mundo encontre o equilíbrio. Uma pena é eu ser desequilibrada. Sou 8 ou 80!  Não consigo ser 10 nem ficar pela metade, marcando 40.

Sinto tudo e sinto com vontade. Gosto do excesso, só sinto muito pelo exagero de saudade. Pensando bem, saudade nunca é demais. Já disse que saudade tem cheiro, cor e tamanho. E tem mesmo. A saudade é múltipla. Só ela é capaz de te tirar da velhice e te jogar lá na infância. Em fração de segundos você é capaz de reviver momentos e recriar cenas com apenas a lembrança do cheiro.

Que força! É, pensando bem, saudade também é força. Ela é capaz de quebrar o mais orgulhoso coração e deixá-lo com tamanha humildade capaz de traduzir em palavras o que pode apenas ser sentido. Saudade é fogo! Saudade assusta e afasta. Pouca gente consegue entender o significado dessa palavra sem tradução. Por isso, peço ajuda ao dicionário. Sem coração, ele diz assim: S.f. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. Nostalgia. 

Simples. Saudade é isso aí. Não tenha medo de sentir ou dizer que está com saudade. Qual o problema? Nenhum! Não existe problema. Saudade é o sentimento mais singelo e puro que o ser humano é capaz de sentir. Estar saudoso é nostálgico. Estar com saudade é triste. Ter saudade faz bem. Sentir saudade é querer ver, ter, saber, é sentir. Ter saudade é nada mais que refletir positivamente o que essa boa lembrança deixou.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Repare

Há tempos não sentia saudade.
Na verdade, há tempos não absolutamente nada!
Me guardei num porão, dentro de um cofre velho.
Me arrisquei nos mais perigosos casos, vivi raso, fiz pouco caso do meu coração.
Contei vantagem por estar oca, vazia; esnobei casais apaixonados, jurei jamais ter uma paixão.
Me joguei. Joguei, julguei viver assim na solidão.
Hoje não me reconheço.
Pouco a pouco eu me perco, me envolvi, perdi a razão.

Seja gentil


Não sei o que você pensa
E me esforço pra não tentar entender
Só sei que já deixei claro
Que simpatizo com você

Talvez tenha te assustado
Com aqueles versos iniciais
Mas se isso te incomoda
Paro agora! Não faço mais

Não se sinta ofendido
Se te cobro com estes versos
É só meu jeito de falar
Paciência, eu te peço!

Não estou apaixonada!
Disso tenha certeza
Só quero te ter por perto
Você faz essa gentileza?

domingo, 2 de junho de 2013

Odeio gerundismo, mas vou estar envelhecendo...





"A Lua entra em sua área de amizades e se tenciona a Mercúrio e Plutão, indicando atritos e conflitos de cunho territorial. Procure defender suas ideias de maneira aberta, evitando atitudes defensivas. Flexibilize sua atitude!"

Gêmeos em gêmeos. Nasci no dia 02 de junho de 1986, às 06h05 da manhã. Ano da copa do mundo, médicos em greve e minha mãe, aos 41 anos de idade, em pleno trabalho de parto. A família esperava um menino. Enxoval todo azul e branco e a surpresa na hora de trocar o bebê de 52 cm. Uma menina! Minha mãe se assustou e fez um escândalo no hospital. Meu pai, que só tem tamanho, nos seus quase dois metros de altura tentou amenizar a situação que já estava pra lá de quente. Depois de todo bate-boca, concordaram que os exames não eram tão precisos assim. Afinal, o ano era 86! Cresci ouvindo essa história e sinceramente suspeito que tenha sido trocada mesmo.  

Fiz esse breve resumo do meu nascimento para lembrar que ESTOU ENVELHECENDO! Mas, apesar de ter 27 anos, sinto que por dentro sou essa menina da foto acima. De olhar perdido, com rosto sério, semblante de medo e com pensamento longe. Meu semblante é o mesmo em TODAS as fotos da infância. Lembro que os fotógrafos penavam para arrancar um sorriso meu. 

Enfim, mania de falar enfim, caramba! Enfim, o dia de hoje foi de muita reflexão. Escrevi muito, muito mesmo. Evitei pegar o celular. Atendi duas ligações e quase me desmanchei em lágrimas. Cíntia e Edu, espero que vocês não tenham percebido meu tom de voz. Meninas (Polly, Naiane, Nath e demais ligações não atendidas), me perdoem! Ávila, me perdoe por não ter te acompanhado no café da manhã. Sou e estou à flor da pele.

Apesar dessa imagem de durona que passo à primeira vista, não sou uma pessoa tão má assim. Meu coração é tão mole que precisa de armadura até para bater, coitado. Li todas as mensagens, todos os recados deixados no Facebook, e-mail, celular e etc. Recebi e agradeço cada energia emanada em forma de felicitação. É bom saber um pouco mais da gente pelo olhar do outro. 

Ninguém errou. Vocês me descreveram exatamente como sou. Vocês foram meu espelho desse domingo tão cinza. Não sei ser metade, mais ou menos, não sei ser morna, muito menos ser ausente de sentimento. Não quis sair para comemorar por isso. Definitivamente, hoje eu não seria uma boa companhia. Hoje me embebedei de Chico, de Elis, Ney e Caetano. Li Carpinejar, Xico Sá, Clarice, Caio, Paulo Coelho e não desgrudei de Paulo Mendes Campos. 

Passei o dia ao lado dos meus cadernos, cadernetas, agendas, das minhas anotações, dos meus desabafos, meus poemas... Passei o dia com a melhor companhia do mundo: a minha essência. Ao contrário de muita gente, me senti plenamente à vontade comigo (acredite: muita gente não consegue ficar só, se encarar de verdade). 

Por fim, depois de tantas lágrimas e reflexão, continuo indecisa e mais confusa que antes. Essa sou eu, confusa, estressada, intolerante, impaciente, chorona, coração mole, irônica, sarcástica, melancólica, exagerada. Obrigada pelas demonstrações de afeto. Me perdoem pelos furos, pelas grosserias, pela impaciência, por querer as coisas do meu jeito. Não prometo nada porque posso esquecer de cumprir. Mas garanto que vou tentar não exigir tanto, tampouco esperar demais. 

Já que amo tanto, e amo mesmo, AMO VOCÊS! Ou melhor, vou estar amando vocês. Rss Beijos






Japonês? Não, obrigada!


O prato é bonito. Ok, não vou discordar. O fato é que meu olfato é muito aguçado. Então, repare se vou me sentir à vontade num restaurante japonês. Não, não vou. Acho de uma indelicadeza imensa convidar a namorada, rolo, seja lá o que for para um jantarzinho romântico com o cardápio asiático. Primeiro porque o hálito não fica lá dos melhores, depois porque tem gente que não gosta, caramba! E outra, o cheiro forte fica  impregnado nos cabelos. Acredite: Em determinado momento isso vai incomodar!

Sim, há míseros mortais que não são fãs do tal peixinho cru, da alga enrolada, sushis, sashimis e etc. Mortais muitas vezes discriminados - sim, sofrem bullying - pelo simples fato de não serem apreciadores da culinária nipônica.  Quantas vezes já escutei: "Como você não gosta de japonês?"  Simples. Explico. Assim como muita gente não gosta de pequi - aquele caroço amarelinho que por dentro é só espinhos - eu simplesmente não gosto de comida japonesa. Entendeu?

É como diz um amigo meu, gosto é igual braço. Tem gente que não tem. E isso serve para tudo, todas as situações. Mas voltando ao meu olfato, sou fascinada por cheiros. Os aromas me fazem viajar. Revivo cenas, revejo pessoas, tenho boas e péssimas recordações. Lembro de aromas da minha infância, como o cheiro de pepino.

Sou viciada em cheiros. Não uso um perfume apenas. Uso vários! Tenho loção de cabelo, perfume para a nuca, outro para a roupa e um para a parte de trás dos joelhos - a fragrância fixa mais nas áreas quentes do corpo. Enjoo rápido também. Meus perfumes são todos escolhidos para determinada fase da minha vida. Atualmente, estou usando 3 perfumes: Um amadeirado, outro mais marcante e um doce. Sei que vou dispensá-los em breve. Ou não, como diria Caetano.

Enfim, o fato é que olhar qualquer tábua recheada de shushis variados é o mesmo que voltar a uma certa fase da minha vida. Lembro que passei um mês inteiro almoçando num restaurante japonês. Enjoei. Pronto. Bastou para eu não querer mais. Simples assim.

Na verdade, falei sobre essas pequenas observações apenas para dizer uma coisa: NINGUÉM VAI A UM RESTAURANTE JAPONÊS SOZINHO! Sim, assim, em caixa alta, meio que gritando mesmo. Porque pior que convidar seu rolo para um restaurante japonês, sem dúvida, é NÃO convidar sua sei lá o quê para comer pelo menos um cachorro-quente na esquina.

As piores coisas do mundo

Enxaqueca enche o saco! Incomoda sem fim;
Enjoo dá nojo até de gente, me deixa tonta, me embrulha.
Quando a gastrite ataca, desfaleço-me!
Dor de dente! Ah, quem nunca sentiu?
Mas sou forte. Não me entrego fácil.
Suporto até o fim, até não aguentar mais.
Mas sigo. Eu vou.
Não reclamo de fome
Nem do excesso de comida;
Recebo a febre, se vier. Espirro até o último dia do resfriado.
Aceito até benzetacil!
Dramin é fraco. Prefiro Plasil.
Pode tirar o meu sangue, se minha veia encontrar.
Me fure quantas vezes precisar, até me medicar.
Conto gota por gota desse soro de mil litros.
Hidrata-me!
E eu até me desidrato, porque emagrece.
Suporto tudo, deu pra entender?
Porém, a dor que mais dói, a ferida que só me destrói é a certeza de saber que não faço falta na vida de ninguém!

27

Meu ano começa agora.
São quase uma da madrugada...
O telefone não tocou nem ao menos uma felicitação recebi.
E aqui estou.
Sozinha! Uma alma solitária.
Como alguém que nunca amou
Ou mesmo sabe se esse tal amor existe.
Aqui estou completamente abandonada.
Despida de qualquer sentimento bom,
Chego a conclusão de que não sou importante na vida de ninguém.
Do outro lado da cidade há apenas prédios, condomínios, casas ocas.
Não tiro a paz de ninguém!
Não provoco se quer um fio de paixão.
Muito menos deixo saudade...
Apenas sou, apenas estou.
Agora, sou e estou velha!

Ausência

Não é a cor dos olhos, as curvas do corpo ou mesmo a cor da pele.
Óbvio, esses são atrativos que chamam atenção à primeira vista, à segunda e até à terceira vista, talvez.
Só vou lhe dizer uma coisa: Não é o que você tem por fora que fará ele ficar.
Ele só vai ficar se quiser. Simples assim.
A gente só fica com quem nos deixa à vontade, com quem nos faz realmente bem.
Se não for assim, melhor nem ficar.

Bagunça




Um dia ainda quero entender como consigo ser assim: exageradamente exagerada!
Porque desde que resolvi reaquecer o coração, vivo entre o medo e a indecisão.
Acordo pensando como será o dia;
Passo o dia sonhando em dormir.
E quando o sono me pega ainda quero insistir.
Quero pensar mais uma vez
Quero não ser nada mais!
Acho que ele nem faz ideia
Da confusão que faz.

Será?


Penso se você não pensa; Penso de você não sente.
Nada? Uma ponta de saudade, enfim...
Sinta alguma coisa!
Não que eu lhe obrigue a sentir minha falta.
Não é isso.
Pensando bem, é isso sim.
É como se em silêncio eu gritasse: Me procure, porra!
Sinta minha falta!
Mas você não me entende.
Não é capaz de compreender meu silêncio.
Nem mesmo quando estou do seu lado.
Você me olha nos olhos, mas se perde num poço de frieza e medo.
Não é medo de mim que eu sei.
É medo dos próprios medos. Isso te assusta.
Mas assim como não é legal depositar nossos sonhos em alguém,
É completamente transgressor derramar os seus medos em cima de mim.
Por falar em ilegalidade, foi mal por esperar de você esse fio de reciprocidade.

dm

sábado, 1 de junho de 2013

Profeta




Não sei quem você esconde.
Não sei o que fizeram com você.
Às vezes você pára, simplesmente se desliga como se ali só restasse o corpo;
Sinto que vai longe. Viaja sabe lá pra onde e com quem. Sozinho, talvez...
Quem sabe até em companhia dos seus medos, traumas, fracassos, desilusões...
Te vejo e sinto além da capa, da máscara de tão bom rapaz.
Nem sempre tão bom assim, um cafajeste eu diria.
Cafajeste desalmado, como todo homem é.
E que toda mulher gosta.
Rapaz, essa máscara não te serve.
Sinto sua essência. É consistente!
Você não é superfície, como tantos, como os outros.
Você não é esse vazio, esse frio.
Esse seu olhar tão perdido parece pedir socorro.
Grita! Grita mesmo sem voz... Grita!
E quando você anda ao meu lado, essa sua postura - muitas vezes - retraída, demonstra tamanha insegurança.
Você anda como se protegesse o peito de um tiro.
Você fala como se quisesse calar qualquer voz ao pé do ouvido.
Você olha como não se importasse.
Você vive como se não tivesse outra opção.

Você sabe


dm


A gente sabe quando alguém gosta da gente.
Mais que a leitura do corpo, a leitura da alma através das palavras vale mais.
A gente sente quando o outro sente falta.
A gente também sente quando o outro nada sente.
Isso dói. É pior que dor de dente!
É, a gente sente.
E de tanta dor, a gente acostuma. 
Um pouquinho hoje, outro tiquinho amanhã.
A gente aceita a lacuna.
Esse pequeno quase amor,
Ontem era só festa.
Hoje virou espera
E amanhã, quem sabe, se transforme em espuma

O personagem





Quem nasceu para ser conto jamais vai ser personagem de um romance!
O conto é pra ser breve, coisa curta, passageira. Romance não. Romance é coisa séria. Pode até ter um drama ou terminar numa tragédia. Por favor, só não esqueça: Não misture os personagens. Não se faz romance de um só. É preciso espaço, cenário, um lugar.
Todo romance precisa ser profundidade, ser completo, denso, ser inteiro pra ser romance de verdade.
Ainda não entendeu? É simples: Romance e conto não se misturam.
O conto deve ser curto e terminar logo. Caso contrário, deixa o leitor entendiado. O tempo anda tão curto e as pessoas leem pouco. Por isso aprenda de uma vez por todas: Não espere (nem cobre) que seu personagem participe desse pseudo-romance.

Querer





Queria não querer tanto
Não desejar em demasia
Não sentir exacerbado
E por querer tantos quereres
Me afogo nesse tsunami de dizeres
Quero, digo, vivo e sangro à toa
Quero preso e quero livre
Já não sinto, mas o tempo voa

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Saiba





Eu te quis inteiro
Mas você se fez pedaço em mim
Fez festa no meu peito
Bagunçou, me quis assim... 
Aceitei o seu pouco
Mesmo faminta de banquete
Provocou de um jeito louco
Fiz de você o meu enfeite
Não te culpo por nada
Nem exijo coisa alguma! 
Nosso caso não é mar
Tudo isso é só espuma!
                      DM

domingo, 5 de maio de 2013

Observações matinais




Mais que a vontade exacerbada de estar perto
Você me desperta os desejos mais ocultos
Secretos e tão sagrados jamais revelados!
E mesmo com todo nosso desprendimento,
Tento - apenas tento não querer tanto, não desejar em demasia.
Invento um muro, uma barreira, um exército armado
Ensaio qualquer coisa...
Invento uma anestesia!

É saudade?



Se você some não tem mais graça essa tarde de trabalho
Acordar com entusiasmo, olhar o espelho toda hora...
Não tem graça não!
Certas coisas não fazem sentido, como a câmera do celular
A internet móvel, o sinal da Tim, não há razão para se quer ligar o computador
O celular? Ah, esse já esqueci de vez!
Pra quê mesmo usar lingerie nova? 
Não há razão!
Nem salto coloco mais
É afronta! Batom vermelho então nem se fala ...
Aí é demais pra mim
Vive-se, apenas!
Nada faz sentido, nem um grito ou gemido
Tua ausência se mostrou e declarou guerra à minha saudade tão escondida.
                                                                                                DM