Como quem nada espera, novamente, aqui estou, sou e vou. Tenho mantido um ar de tristeza. Acho que decepção me define melhor. Disse, repeti - e menti- , dezenas de vezes sobre meu desinteresse amoroso. De fato, a princípio, eu nada queria. Cansada de tantas expectativas e palavras mentirosas, o que eu mais desejei antes de te encontrar foi apenas um caso ao acaso, um conto, um haicai. Não sei como esse conto pôde dar errado. Personagens superficiais, banais, fomos tão normais. Tínhamos tudo para um conto perfeito. Sabíamos desde o início o interesse de ambos. Tudo sempre esteve muito claro, escancarado, evidente. Ninguém enganou ninguém. Te disse pra seguir livre, mesmo querendo te pedir pra ficar. Você me respeitou. Reconheço. Acontece que eu estraguei cada frase desse pseudoconto. Desde o primeiro dia ao último. Enquanto seus olhos me devoravam naquela creperia, eu guardava milimetricamente cada traço teu. Simplesmente, fiz questão de decorar seu jeito, sua voz, a forma como me olhava, um tanto incomodado com meu silêncio depois do amor. Amor? Não.... só maneira de dizer. Eu só ficava muda porque estava em choque. Agora você me entende? Eu não podia estar me apaixonando por você! E só me dei conta disso quando percebi que nada, absolutamente, nada em você me incomodava. Me perdi entre tantas palavras, rimas, quartetos e tercetos de um soneto que fiz só pra você. Há tempos não escrevia... Você foi além do desejo, você mexeu comigo e bagunçou minhas palavras. O que escrevo agora é triste, mas não importa. Melancolia já faz parte de mim. Saiba que você ainda me inspira.
Desejo boas notícias!
Desejo boas notícias!
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