Já dizia o poeta, "todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas... " É, e Fernando Pessoa tinha razão. São mensagens cheias de mimimi, ligações fora de hora, declarações descabidas e sem lógica alguma. Será possível um amor racional? Aliás, ser frio é ser racional? São muitas perguntas... Talvez nenhuma delas tenha resposta. Amor é para viver e não explicar. Acho que deve ser assim.
E mesmo depois do fim, há aqueles que ainda guardam um pouco (ou muito) do outro dentro do coração e da memória. Tentam a todo custo recarregar a bateria de um sentimento já desgastado e jogado no lixo. Relembram conversas, mensagens, promessas e planos feitos no calor do sentimento e no auge da loucura. Não dá para cobrar o contrato assinado em um momento de insanidade.
Outro dia um amigo me mostrou dezenas de mensagens de uma ex-namorada. Depois de meses separados, a louca (como ele mesmo disse) decidiu mandar várias mensagens agradecendo por ter sido namorada dele. Como assim? Ela agradecia por tudo! Pela companhia, palavras, beijos, compreensão e etc. E ele, típico macho-leão, respondeu friamente em uma única mensagem. Mais seco, só Brasília no mês de Agosto.
E assim, depois de ler as mensagens da louca ex-namorada e a resposta do macho-leão, pensei como eu também fui ridícula! Me senti envergonhada por todas as loucuras que já fiz um dia. Lembrei das minhas centenas de mensagens e emails enormes que eram respondidos apenas com uma mísera linha ou nem respostas tinham.
Sinceramente, ridícula ou não, ainda prefiro seguir o que o poeta concluiu no poema:
- (...)
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

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