domingo, 23 de junho de 2013

Não peço nada

Cheguei sem raiz e fiquei.
Logo eu que nada queria
Me enraizei! 
Perdi a voz depois do susto.
Resisti,  chorei, fui contra...
Tornei- me arbusto!
Aos poucos morro sem cuidado.
Sem interesse algum
Sofro ao seu lado.

Haja amor

De dentro pra fora...
Impossível ser diferente!
Coisa boa só revigora,
Deixa leve a alma da gente.
Encanta por onde passa
Leva paz e inspira ternura.
Essa coisa é tão forte!
Acredite: essa coisa cura.
É paciente e não reclama.
Tranquiliza o que é ausente.
Só se sabe quando ama
Só se vive quando sente!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Bichos

Sem pudor algum,  a gente se cheira!
A gente se lambe, se beija, se morde. ..
A gente se arranha! 
E como duas aranhas,  entrelaçamos nossas teias.
A gente pega fogo!
Como um caracol... Ai ai!  Você se enrola em mim.
Me deixa mole...
Me assanha e eu fico de manha,  me esfrego em você.
Viro felina! Quero arranhar você.  Disputo espaço com o bichano,  chego a miar de prazer...

Meu vício

Não tem medida
Não me desgrudo deles,  não me separo nunca, não há saída.
Acordo ao lado
Sou deles!
Viveria num romance...
Talvez numa estrofe ou quem sabe na rima de um poema clichê.
Vivo e me inspiro neles
Sou deles. ..
Mas queria ser de você!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Solitários de todo o mundo, uni-vos.

Não poderia deixar de compartilhar com vocês :

Seguimos nas reflexões sobre o fatídico 12 de junho.
Saiba, de cara, amigo(a), a solidão não vende um picolé de coco.
Daí o massacre da data dos pombinhos no jornalismo e na publicidade, diria o meu conselheiro Acácio.
O dia dos namorados vende de tudo: é a 25 de Março do amor e da sorte.
Somente o dia das mães -somos todos edipianos e este é nosso primeiro romance caliente ainda no berço- tenha tanto apelo quanto o dia dos namorados.
A solidão não vende um celular pré-pago, não recarrega ilusões baratas, não carameliza maçãs…
A solidão não janta fora em um bistrozinho romântico.
Seja a solidão opcional, seja a solidão imposta pelas contingências do momento.
A solidão faz amor consigo mesma.
Seja a solidão espalhafatosa, que chama a atenção do mundo; seja a solidão chique à Greta Garbo -”I want to be alone”.
O solitário talvez seja um bom personagem apenas para anúncio de uísque. Como a publicidade feita pelo Bill Murray naquele filme “Encontros & Desencontros”, da Sophia Coppola.
Se a vida dói, drinque caubói, renovo aqui o meu velho mantra.
Solitários de todo o mundo, uni-vos.
Não vos deixai abater pelo massacre do verdadeiro ou falso romantismo deste 12 de junho.
O massacre é tanto que alguns solitários se trancam dentro de suas casas diante da ditadura do fofismo. Como se o mundo fosse minimamente de pelúcia.
Calma, não vos deixai sucumbir de véspera.
É só mais uma noite de motéis e restaurantes lotados. É só mais chance para os arrastões na capital gastronômica do país.
A solidão não cai no conto do amorzinho-gourmet.
Sim, apelo. Tudo serve de filosofia da consolação nessa hora.
A solidão não carece de vaga no estacionamento, a solidão não cai no conto da noite-roubada, a solidão se contenta com uma pizza em domicílio. Com muito alho, óbvio, para espantar as más companhias que rondam a área no desespero e na carência da data.

Fonte: Só podia ser do nosso querido colega de profissão Xico Sá, da Folha de São Paulo. 

domingo, 9 de junho de 2013

Sua bandida


É que chamo de amor até mesmo essa dor disfarçada de sentimento.
Amor não é sentimento;
Amar é transcendental !
É ser mais, muito mais que esse friozinho na barriga aí.
Não se iluda com as coisas que escrevo.
Nem tudo é verdade.
A única verdade é que sou uma fraude.
Sou a maior estelionatária de sentimento que a polícia já viu.
Tentei me entregar algumas vezes.
Não deu certo... Ninguém acreditou no que eu dizia.
Talvez a prisão convencional não seja mesmo o meu lugar.
Policial: Registre o meu B.O.
Chame testemunhas, conclua esse inquérito!
Estou tão entregue...
Me denuncie! Me ofereça ao MP
Me prenda!

sábado, 8 de junho de 2013

Quem você ama de verdade?




Um dia, uma hora, um minuto, um piscar de olhos. Tão rara e com muita frequência não damos seu devido valor. Frágil não é a vida; Frágil sou eu, é você, somos nós.  Só nos damos conta disso quando, como um filme, sua vida passa inteira em segundos, ali na sua frente. Não há  que fazer. Como evitar a morte? Infelizmente, não há nada que possa ser feito. E é justamente nesse momento tão assustador, tão inaceitável é que pensamos naquelas pessoas que fazem nossa vida diferente. Hoje pensei em pouquíssimas pessoas. Logo eu, dona de um coração tão imenso, capaz de amar o mundo, me surpreendi com as raras pessoas lembradas no ápice da minha aflição. Acho que o remédio começou a fazer efeito. O sono me chama. Antes de ir pra cama, quero que saiba: Em nenhum momento deixei de pensar em você.

Sábado

 'Agora que você parece não ligar
Que já não pensa e já não quer pensar
Dizendo que não sente nada
Estou lembrando menos de você
Falta pouco pra me convencer
Que sou a pessoa errada' - Aqui - Ana Carolina



Não quero falar de tristeza. Hoje é sábado e o dia está lindo, pelo menos é o que parece olhando aqui da janela. Andei pensando em conversar, desabafar, falar nada. Pensei tanto e resolvi continuar com a melhor companhia: a minha. Não que eu seja perfeita - longe disso! Não existe perfeição. Se existisse, seria a coisa mais chata e entediante do mundo. Sou completa pra viver só, mas dependente de uma parte que só encontramos no outro. Então, analisando sob esse ponto de vista, somos todos incompletos. E de tanta incompletude, sinto saudade demais. Não me envergonho em dizer. Afinal de contas, todo mundo sabe - pelo menos quem me conhece - que discrição é uma virtude que não tenho. Vivo exposta, à mostra, escancarada! Não é à toa que sofro tanto, sinto tanto, falo demais. Assusto. Me assusto também. Faço cobranças em pensamento, reclamo baixo, grito em silêncio. Não sei dividir. O egoísmo me faz acumular pessoas, coisas, memórias, sentimentos. Deixo tudo bem guardado, trancado, passo o cadeado. Coloco um cão de guarda de vigia. Em vão... A caixa é transparente, de vidro ou acrílico. Todo mundo olha, qualquer um pode ver. 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Reticências





Parei de contar. Quase um mês, eu acho. Não há ponto, vírgula, interrogação, exclamação alguma. Vejo três pontos, apenas. Só há reticências. Queria não me importar, não ligar e ignorar simplesmente. Não faço assim. Acontece que penso vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana. Procuro encontrar um olhar perdido, um jeito meio tímido, calado e ao mesmo tempo engraçado em qualquer bar por aí. Não encontro. Lembro de cada detalhe do teu rosto. Dos olhos cansados, dos lábios finos, do sorriso no canto da boca. Sei tanto de você e pouco sobre mim.
Não me importaria tanto, se a lembrança da barba mal feita não tivesse tatuada tão claramente no meu corpo. Um incômodo pra você. Para mim, uma das sensações mais gostosas de sentir. É isso, lembro como era bom acariciar teu rosto barbado. Sensação só superada pelo êxtase de cheirar tua pele, beijar teu nariz, te mordiscar - embora essas mordidas não te agradassem. Apesar de me sentir podada, involuntariamente, minha boca novamente insistia em te morder.
Nunca te contei, mas lembra aquela sexta-feira? Então, eu te vi dormir. Te observei durante o sono profundo. E com o rosto junto ao meu, se desligou do mundo por algumas horas. Não me incomodei com o ronco suave. Achei engraçado quando se assustou dormindo. Fiquei imaginando o sonho ou pesadelo que teria provocado aquele pequeno susto. Deitei no teu peito e você, sem perceber, apertou minha mão. Eu fechei os olhos e me concentrei em te sentir. Um silêncio intenso se instalou naquele quarto. Encostada no teu peito, peguei no sono com a música das batidas do teu coração.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Aquilo que fica - Parte II





Repito há anos: Seja inteiro! Sei que corro riscos absurdos de me deparar com pessoas mornas, mas isso faz parte da vida. Pessoas frias, mornas, neutras fazem parte da existência humana. Elas são necessárias para que o mundo encontre o equilíbrio. Uma pena é eu ser desequilibrada. Sou 8 ou 80!  Não consigo ser 10 nem ficar pela metade, marcando 40.

Sinto tudo e sinto com vontade. Gosto do excesso, só sinto muito pelo exagero de saudade. Pensando bem, saudade nunca é demais. Já disse que saudade tem cheiro, cor e tamanho. E tem mesmo. A saudade é múltipla. Só ela é capaz de te tirar da velhice e te jogar lá na infância. Em fração de segundos você é capaz de reviver momentos e recriar cenas com apenas a lembrança do cheiro.

Que força! É, pensando bem, saudade também é força. Ela é capaz de quebrar o mais orgulhoso coração e deixá-lo com tamanha humildade capaz de traduzir em palavras o que pode apenas ser sentido. Saudade é fogo! Saudade assusta e afasta. Pouca gente consegue entender o significado dessa palavra sem tradução. Por isso, peço ajuda ao dicionário. Sem coração, ele diz assim: S.f. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. Nostalgia. 

Simples. Saudade é isso aí. Não tenha medo de sentir ou dizer que está com saudade. Qual o problema? Nenhum! Não existe problema. Saudade é o sentimento mais singelo e puro que o ser humano é capaz de sentir. Estar saudoso é nostálgico. Estar com saudade é triste. Ter saudade faz bem. Sentir saudade é querer ver, ter, saber, é sentir. Ter saudade é nada mais que refletir positivamente o que essa boa lembrança deixou.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Repare

Há tempos não sentia saudade.
Na verdade, há tempos não absolutamente nada!
Me guardei num porão, dentro de um cofre velho.
Me arrisquei nos mais perigosos casos, vivi raso, fiz pouco caso do meu coração.
Contei vantagem por estar oca, vazia; esnobei casais apaixonados, jurei jamais ter uma paixão.
Me joguei. Joguei, julguei viver assim na solidão.
Hoje não me reconheço.
Pouco a pouco eu me perco, me envolvi, perdi a razão.

Seja gentil


Não sei o que você pensa
E me esforço pra não tentar entender
Só sei que já deixei claro
Que simpatizo com você

Talvez tenha te assustado
Com aqueles versos iniciais
Mas se isso te incomoda
Paro agora! Não faço mais

Não se sinta ofendido
Se te cobro com estes versos
É só meu jeito de falar
Paciência, eu te peço!

Não estou apaixonada!
Disso tenha certeza
Só quero te ter por perto
Você faz essa gentileza?

domingo, 2 de junho de 2013

Odeio gerundismo, mas vou estar envelhecendo...





"A Lua entra em sua área de amizades e se tenciona a Mercúrio e Plutão, indicando atritos e conflitos de cunho territorial. Procure defender suas ideias de maneira aberta, evitando atitudes defensivas. Flexibilize sua atitude!"

Gêmeos em gêmeos. Nasci no dia 02 de junho de 1986, às 06h05 da manhã. Ano da copa do mundo, médicos em greve e minha mãe, aos 41 anos de idade, em pleno trabalho de parto. A família esperava um menino. Enxoval todo azul e branco e a surpresa na hora de trocar o bebê de 52 cm. Uma menina! Minha mãe se assustou e fez um escândalo no hospital. Meu pai, que só tem tamanho, nos seus quase dois metros de altura tentou amenizar a situação que já estava pra lá de quente. Depois de todo bate-boca, concordaram que os exames não eram tão precisos assim. Afinal, o ano era 86! Cresci ouvindo essa história e sinceramente suspeito que tenha sido trocada mesmo.  

Fiz esse breve resumo do meu nascimento para lembrar que ESTOU ENVELHECENDO! Mas, apesar de ter 27 anos, sinto que por dentro sou essa menina da foto acima. De olhar perdido, com rosto sério, semblante de medo e com pensamento longe. Meu semblante é o mesmo em TODAS as fotos da infância. Lembro que os fotógrafos penavam para arrancar um sorriso meu. 

Enfim, mania de falar enfim, caramba! Enfim, o dia de hoje foi de muita reflexão. Escrevi muito, muito mesmo. Evitei pegar o celular. Atendi duas ligações e quase me desmanchei em lágrimas. Cíntia e Edu, espero que vocês não tenham percebido meu tom de voz. Meninas (Polly, Naiane, Nath e demais ligações não atendidas), me perdoem! Ávila, me perdoe por não ter te acompanhado no café da manhã. Sou e estou à flor da pele.

Apesar dessa imagem de durona que passo à primeira vista, não sou uma pessoa tão má assim. Meu coração é tão mole que precisa de armadura até para bater, coitado. Li todas as mensagens, todos os recados deixados no Facebook, e-mail, celular e etc. Recebi e agradeço cada energia emanada em forma de felicitação. É bom saber um pouco mais da gente pelo olhar do outro. 

Ninguém errou. Vocês me descreveram exatamente como sou. Vocês foram meu espelho desse domingo tão cinza. Não sei ser metade, mais ou menos, não sei ser morna, muito menos ser ausente de sentimento. Não quis sair para comemorar por isso. Definitivamente, hoje eu não seria uma boa companhia. Hoje me embebedei de Chico, de Elis, Ney e Caetano. Li Carpinejar, Xico Sá, Clarice, Caio, Paulo Coelho e não desgrudei de Paulo Mendes Campos. 

Passei o dia ao lado dos meus cadernos, cadernetas, agendas, das minhas anotações, dos meus desabafos, meus poemas... Passei o dia com a melhor companhia do mundo: a minha essência. Ao contrário de muita gente, me senti plenamente à vontade comigo (acredite: muita gente não consegue ficar só, se encarar de verdade). 

Por fim, depois de tantas lágrimas e reflexão, continuo indecisa e mais confusa que antes. Essa sou eu, confusa, estressada, intolerante, impaciente, chorona, coração mole, irônica, sarcástica, melancólica, exagerada. Obrigada pelas demonstrações de afeto. Me perdoem pelos furos, pelas grosserias, pela impaciência, por querer as coisas do meu jeito. Não prometo nada porque posso esquecer de cumprir. Mas garanto que vou tentar não exigir tanto, tampouco esperar demais. 

Já que amo tanto, e amo mesmo, AMO VOCÊS! Ou melhor, vou estar amando vocês. Rss Beijos






Japonês? Não, obrigada!


O prato é bonito. Ok, não vou discordar. O fato é que meu olfato é muito aguçado. Então, repare se vou me sentir à vontade num restaurante japonês. Não, não vou. Acho de uma indelicadeza imensa convidar a namorada, rolo, seja lá o que for para um jantarzinho romântico com o cardápio asiático. Primeiro porque o hálito não fica lá dos melhores, depois porque tem gente que não gosta, caramba! E outra, o cheiro forte fica  impregnado nos cabelos. Acredite: Em determinado momento isso vai incomodar!

Sim, há míseros mortais que não são fãs do tal peixinho cru, da alga enrolada, sushis, sashimis e etc. Mortais muitas vezes discriminados - sim, sofrem bullying - pelo simples fato de não serem apreciadores da culinária nipônica.  Quantas vezes já escutei: "Como você não gosta de japonês?"  Simples. Explico. Assim como muita gente não gosta de pequi - aquele caroço amarelinho que por dentro é só espinhos - eu simplesmente não gosto de comida japonesa. Entendeu?

É como diz um amigo meu, gosto é igual braço. Tem gente que não tem. E isso serve para tudo, todas as situações. Mas voltando ao meu olfato, sou fascinada por cheiros. Os aromas me fazem viajar. Revivo cenas, revejo pessoas, tenho boas e péssimas recordações. Lembro de aromas da minha infância, como o cheiro de pepino.

Sou viciada em cheiros. Não uso um perfume apenas. Uso vários! Tenho loção de cabelo, perfume para a nuca, outro para a roupa e um para a parte de trás dos joelhos - a fragrância fixa mais nas áreas quentes do corpo. Enjoo rápido também. Meus perfumes são todos escolhidos para determinada fase da minha vida. Atualmente, estou usando 3 perfumes: Um amadeirado, outro mais marcante e um doce. Sei que vou dispensá-los em breve. Ou não, como diria Caetano.

Enfim, o fato é que olhar qualquer tábua recheada de shushis variados é o mesmo que voltar a uma certa fase da minha vida. Lembro que passei um mês inteiro almoçando num restaurante japonês. Enjoei. Pronto. Bastou para eu não querer mais. Simples assim.

Na verdade, falei sobre essas pequenas observações apenas para dizer uma coisa: NINGUÉM VAI A UM RESTAURANTE JAPONÊS SOZINHO! Sim, assim, em caixa alta, meio que gritando mesmo. Porque pior que convidar seu rolo para um restaurante japonês, sem dúvida, é NÃO convidar sua sei lá o quê para comer pelo menos um cachorro-quente na esquina.

As piores coisas do mundo

Enxaqueca enche o saco! Incomoda sem fim;
Enjoo dá nojo até de gente, me deixa tonta, me embrulha.
Quando a gastrite ataca, desfaleço-me!
Dor de dente! Ah, quem nunca sentiu?
Mas sou forte. Não me entrego fácil.
Suporto até o fim, até não aguentar mais.
Mas sigo. Eu vou.
Não reclamo de fome
Nem do excesso de comida;
Recebo a febre, se vier. Espirro até o último dia do resfriado.
Aceito até benzetacil!
Dramin é fraco. Prefiro Plasil.
Pode tirar o meu sangue, se minha veia encontrar.
Me fure quantas vezes precisar, até me medicar.
Conto gota por gota desse soro de mil litros.
Hidrata-me!
E eu até me desidrato, porque emagrece.
Suporto tudo, deu pra entender?
Porém, a dor que mais dói, a ferida que só me destrói é a certeza de saber que não faço falta na vida de ninguém!

27

Meu ano começa agora.
São quase uma da madrugada...
O telefone não tocou nem ao menos uma felicitação recebi.
E aqui estou.
Sozinha! Uma alma solitária.
Como alguém que nunca amou
Ou mesmo sabe se esse tal amor existe.
Aqui estou completamente abandonada.
Despida de qualquer sentimento bom,
Chego a conclusão de que não sou importante na vida de ninguém.
Do outro lado da cidade há apenas prédios, condomínios, casas ocas.
Não tiro a paz de ninguém!
Não provoco se quer um fio de paixão.
Muito menos deixo saudade...
Apenas sou, apenas estou.
Agora, sou e estou velha!

Ausência

Não é a cor dos olhos, as curvas do corpo ou mesmo a cor da pele.
Óbvio, esses são atrativos que chamam atenção à primeira vista, à segunda e até à terceira vista, talvez.
Só vou lhe dizer uma coisa: Não é o que você tem por fora que fará ele ficar.
Ele só vai ficar se quiser. Simples assim.
A gente só fica com quem nos deixa à vontade, com quem nos faz realmente bem.
Se não for assim, melhor nem ficar.

Bagunça




Um dia ainda quero entender como consigo ser assim: exageradamente exagerada!
Porque desde que resolvi reaquecer o coração, vivo entre o medo e a indecisão.
Acordo pensando como será o dia;
Passo o dia sonhando em dormir.
E quando o sono me pega ainda quero insistir.
Quero pensar mais uma vez
Quero não ser nada mais!
Acho que ele nem faz ideia
Da confusão que faz.

Será?


Penso se você não pensa; Penso de você não sente.
Nada? Uma ponta de saudade, enfim...
Sinta alguma coisa!
Não que eu lhe obrigue a sentir minha falta.
Não é isso.
Pensando bem, é isso sim.
É como se em silêncio eu gritasse: Me procure, porra!
Sinta minha falta!
Mas você não me entende.
Não é capaz de compreender meu silêncio.
Nem mesmo quando estou do seu lado.
Você me olha nos olhos, mas se perde num poço de frieza e medo.
Não é medo de mim que eu sei.
É medo dos próprios medos. Isso te assusta.
Mas assim como não é legal depositar nossos sonhos em alguém,
É completamente transgressor derramar os seus medos em cima de mim.
Por falar em ilegalidade, foi mal por esperar de você esse fio de reciprocidade.

dm

sábado, 1 de junho de 2013

Profeta




Não sei quem você esconde.
Não sei o que fizeram com você.
Às vezes você pára, simplesmente se desliga como se ali só restasse o corpo;
Sinto que vai longe. Viaja sabe lá pra onde e com quem. Sozinho, talvez...
Quem sabe até em companhia dos seus medos, traumas, fracassos, desilusões...
Te vejo e sinto além da capa, da máscara de tão bom rapaz.
Nem sempre tão bom assim, um cafajeste eu diria.
Cafajeste desalmado, como todo homem é.
E que toda mulher gosta.
Rapaz, essa máscara não te serve.
Sinto sua essência. É consistente!
Você não é superfície, como tantos, como os outros.
Você não é esse vazio, esse frio.
Esse seu olhar tão perdido parece pedir socorro.
Grita! Grita mesmo sem voz... Grita!
E quando você anda ao meu lado, essa sua postura - muitas vezes - retraída, demonstra tamanha insegurança.
Você anda como se protegesse o peito de um tiro.
Você fala como se quisesse calar qualquer voz ao pé do ouvido.
Você olha como não se importasse.
Você vive como se não tivesse outra opção.

Você sabe


dm


A gente sabe quando alguém gosta da gente.
Mais que a leitura do corpo, a leitura da alma através das palavras vale mais.
A gente sente quando o outro sente falta.
A gente também sente quando o outro nada sente.
Isso dói. É pior que dor de dente!
É, a gente sente.
E de tanta dor, a gente acostuma. 
Um pouquinho hoje, outro tiquinho amanhã.
A gente aceita a lacuna.
Esse pequeno quase amor,
Ontem era só festa.
Hoje virou espera
E amanhã, quem sabe, se transforme em espuma

O personagem





Quem nasceu para ser conto jamais vai ser personagem de um romance!
O conto é pra ser breve, coisa curta, passageira. Romance não. Romance é coisa séria. Pode até ter um drama ou terminar numa tragédia. Por favor, só não esqueça: Não misture os personagens. Não se faz romance de um só. É preciso espaço, cenário, um lugar.
Todo romance precisa ser profundidade, ser completo, denso, ser inteiro pra ser romance de verdade.
Ainda não entendeu? É simples: Romance e conto não se misturam.
O conto deve ser curto e terminar logo. Caso contrário, deixa o leitor entendiado. O tempo anda tão curto e as pessoas leem pouco. Por isso aprenda de uma vez por todas: Não espere (nem cobre) que seu personagem participe desse pseudo-romance.

Querer





Queria não querer tanto
Não desejar em demasia
Não sentir exacerbado
E por querer tantos quereres
Me afogo nesse tsunami de dizeres
Quero, digo, vivo e sangro à toa
Quero preso e quero livre
Já não sinto, mas o tempo voa