quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Trecho do livro - Em produção
Não adianta correr. É como o coelho (só você sabe do que estou falando). Até na aula de Filosofia estudo sobre esse tal sentimento. Será amor mesmo? Será que esse sentimento tão avassalador não seria uma paixão, apenas? Demorada, não? Freud disse que o amor está dentro de nós, como um vulcão, esperando o momento - certo ou não - de explodir. É algo que não podemos controlar e por isso, vivemos certa angústia até a erupção acontecer. Os dias estão mais frios ainda. E nessa angústia insistente, sinto meu corpo pequeno, desmilinguindo, fraco... Definitivamente, não queria que me visse assim. Como quem perdeu um parente ou sobreviveu a um terrível desastre. Alguém nu, completamente despido de coragem e de amor-próprio. Sem forças para levantar, sacudir a poeira e erguer a cabeça. Era para ser assim. Acho que com todo mundo é assim. Às vezes sinto que está acabando, que o coração já não sente mais nada, mas aí me engano e vejo que ele ainda está lá. Tem dias que dói tanto que tenho vontade de enfiar a mão no meu coração e arrancar todo restinho, todo vestígio de você. Às vezes tenho vontade de ser uma personagem de desenho animado. Talvez assim eu conseguiria sair dessa sem me ferir tanto. Era só levantar do chão, juntar os pedaços e reconstruir meu coração. Acho que o frio existe para afundar de vez os corações apaixonados. Sentir frio sem você é uma tortura. Pessoas com coração partido deveriam ser proibidas de passar frio. Ainda vai existir uma lei para isso. Meu coração não sentiu saudade de você hoje. Mas a cabeça não me deixa te esquecer. O tempo todo, em regime integral. Isso machuca, sabia? Não existe um filtro, uma peneira para separar você dos meu afazeres diários, Esqueço até de comer, mas de devorar você nos meus mais íntimos sonhos jamais esqueço. Penso muito mais em você do que você mesmo. São agora 09h20, de terça-feira cinza. Esse era o horário em que você me mandava uma mensagem de bom dia. Era a hora mais esperada da manhã. Eu explodia de felicidade. E essa raiz, cada vez crescia mais e ganhava força dentro deste pobre coração enlouquecido.
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