quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O corpo reage



Quanto te vi passar fiquei paralisado. Tremi até o chão como um terremoto no Japão, um vento, um tufão, uma batedeira sem botão... Foi assim, viu? Me vi na sua mão... - Pra Sonhar




Tinha tudo para ser uma simples quinta-feira 13. As coisas acontecem e não temos controle de nada. Aprendi isso hoje. Aprendi de forma violenta, sangrenta, na raça. Não sabia, muito menos imaginava qual seria minha reação ao pensar na possibilidade de um reencontro. Meu corpo reagiu. Assim, sem pestanejar. Eu tremi. Como um personagem de um desastre prestes a ser atingido por um tsunami. Eu tremi e senti medo. De repente, mesmo com o calor sufocante do Cerrado, me senti no Alasca.

Minhas mãos mal conseguiam segurar a bolsa. Não sabia o que fazer. Perdi o controle das minhas pernas e o equilíbrio do corpo. Como sustentar um corpo com pernas tão trêmulas? Difícil... Inquietudes provocadas pela simples constatação de ver o carro, ler aquela placa tão familiar. Não o vi, muito menos senti o cheiro do perfume. Fiquei desestabilizada...

Consegui me acalmar aos poucos. Menos o coração... Sofredor, continuou batendo forte, como se quisesse gritar, pular do peito e se despedaçar todo. Ele se controlou... Aos poucos foi se acalmando e batendo pausadamente. Só que eu já não sentia mais frio. Uma febre repentina tomou conta de mim. Meu rosto ficou quente, pegou fogo... Minhas mãos pareciam labaredas. Foi estranho.

Para falar a verdade, bem verdade mesmo... Tive vontade de sumir. Talvez me esconder numa cratera aberta de forma repentina numa descarga elétrica. Hoje me estranhei. Não me reconheci sentindo esse alvoroço todo. Hoje eu entendi que não há o mínimo de condições de manter qualquer elo. Não há possibilidade de uma aproximação. Sua presença me causa medo. Você me incomoda.



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