Verão de 2012 e uma escala de plantão. Como véspera de aniversário, passei o dia introspectiva. Como se já não bastasse toda solidão, me desentendo com uma amiga logo no início da manhã. Sono, muito sono durante o dia. E sozinha em casa, procuro uma ocupação, uma roupa para lavar - literalmente. Choro. Como quem nada tem, como quem não deseja nada. Choro de tristeza por - talvez - não ter uma família enorme e comemorar esse tal Natal tão falado.
Agora entendo quando uma dia me disseram para ter amigos. Eles são ouro. Recebi ligações e convites lindos. Mas, com a voz tão embargada mal consegui responder e agradecer a gentileza do convite. Neguei todos. Talvez seja disso que preciso. Solidão e mais nada. Lavei roupa o dia inteiro. Explorei a máquina de lavar como se ela pudesse limpar meu coração de todo sentimento gelado. Nada adiantou. Quando não se tem um amor de verdade a vida fica muito cinza.
Termino minha noite com mensagens pesadas e cortantes. Choro novamente. É preciso humildade para reconhecer um erro e pular de etapa no jogo. Hoje aprendi que nem tudo é pra ser falado. Há coisas que simplesmente precisam evaporar. Bom Natal!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
O corpo reage
Quanto te vi passar fiquei paralisado. Tremi até o chão como um terremoto no Japão, um vento, um tufão, uma batedeira sem botão... Foi assim, viu? Me vi na sua mão... - Pra Sonhar
Tinha tudo para ser uma simples quinta-feira 13. As coisas acontecem e não temos controle de nada. Aprendi isso hoje. Aprendi de forma violenta, sangrenta, na raça. Não sabia, muito menos imaginava qual seria minha reação ao pensar na possibilidade de um reencontro. Meu corpo reagiu. Assim, sem pestanejar. Eu tremi. Como um personagem de um desastre prestes a ser atingido por um tsunami. Eu tremi e senti medo. De repente, mesmo com o calor sufocante do Cerrado, me senti no Alasca.
Minhas mãos mal conseguiam segurar a bolsa. Não sabia o que fazer. Perdi o controle das minhas pernas e o equilíbrio do corpo. Como sustentar um corpo com pernas tão trêmulas? Difícil... Inquietudes provocadas pela simples constatação de ver o carro, ler aquela placa tão familiar. Não o vi, muito menos senti o cheiro do perfume. Fiquei desestabilizada...
Consegui me acalmar aos poucos. Menos o coração... Sofredor, continuou batendo forte, como se quisesse gritar, pular do peito e se despedaçar todo. Ele se controlou... Aos poucos foi se acalmando e batendo pausadamente. Só que eu já não sentia mais frio. Uma febre repentina tomou conta de mim. Meu rosto ficou quente, pegou fogo... Minhas mãos pareciam labaredas. Foi estranho.
Para falar a verdade, bem verdade mesmo... Tive vontade de sumir. Talvez me esconder numa cratera aberta de forma repentina numa descarga elétrica. Hoje me estranhei. Não me reconheci sentindo esse alvoroço todo. Hoje eu entendi que não há o mínimo de condições de manter qualquer elo. Não há possibilidade de uma aproximação. Sua presença me causa medo. Você me incomoda.
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