sexta-feira, 29 de junho de 2012
Surra
Um soco no estômago!
Provoca, pisa, atiça, castiga, esmaga o dedinho do pé.
Dor de quem bate na quina...
Enjoo do cheiro, tempero, gosto, desgosto por ainda me sentir assim.
Esqueço, rejeito, nego, me entrego de vez ao pouco que resta de mim.
Fico, choro, imóvel, me entrego pro sim.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Bagunça
Me descompassa o coração.
Acelera-me os batimentos...
Invento um jeito e rejeito teu jeito de não me querer.
Invade meu sono, meu sonho, risonho.
Desaparece do nada, sem nada, esquece e me faz padecer.
Perturba-me a alma, acalma-me o ser.
Faz de mim escravo e eu acho bom - por pior que possa parecer.
Me sequestra, me orquestra, completa sintonia dentro de mim.
Faz graça, repassa, ultrapassa qualquer limite imposto.
Tumultua, bagunça, faz folia em plena quinta-feira.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Vestígios
Às vezes ainda sinto aquela fisgada no estômago quando um detalhe reaparece. Uma foto que marcou, uma música mal interpretada, um aroma daquele tempo. Coisas que podem passar sem que ninguém note. Mas, esse tal "ninguém" não viveu todo sofrimento que eu vivi. Então, qualquer pequena informação relacionada com o que eu passei acaba reativando minha memória tão boa. Algumas vezes consigo ignorar. Mas, na maioria delas fica difícil não relembrar tantos episódios do filme de terror que protagonizei. Um longa metragem impossível de ser deletado da minha vida. Sou daquelas que acredita que nada é por acaso. Talvez, gravar cenas horrendas tenha me ajudado a não confiar nos outros. Hoje já não tenho medo de monstros ou fantasmas que rondam a madrugada. Mas confesso uma coisa: Minhas mãos gelam quando meus dedos ensaiam seu número.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Sou assim
Não gosto de superficialidades. Se quiser ficar perto, então
meu caro, seja intenso. Não sei ser de outro jeito. Gosto da profundidade das coisas. Mesmo que elas doam, prefiro cicatrizes
curadas a arranhões irritantes. E pra falar a verdade, sãos eles que doem mais.
São as pequenas feridas que incomodam. Desculpe, mas sou assim.
Não me abrace sem vontade
não segure minhas
mãos por piedade
jamais me beije sem paixão.
Esteja comigo por vontade
e não por imposição!
terça-feira, 19 de junho de 2012
O leito de Procusto e eu
O leito de Procusto é a metáfora da medida única: se sobra, corta; se falta, estica.
De fazer caber em uma única cama o que, por natureza, não tem medida única.
Te vejo de longe
E desejo sempre.
Busco nos mínimos detalhes moldar teu rosto.
Em qualquer estranho, a qualquer custo...
A teu gosto.
Insisto, luto, remo contra...
Inútil!
Tens esse dom que já passou da conta.
Não resisto!
Continuo e sofro.
Calada...
Sigo muda sem expressar qualquer gemido
Ou mesmo um grito de socorro
Com a minha voz tão embargada.
De fazer caber em uma única cama o que, por natureza, não tem medida única.
Te vejo de longe
E desejo sempre.
Busco nos mínimos detalhes moldar teu rosto.
Em qualquer estranho, a qualquer custo...
A teu gosto.
Insisto, luto, remo contra...
Inútil!
Tens esse dom que já passou da conta.
Não resisto!
Continuo e sofro.
Calada...
Sigo muda sem expressar qualquer gemido
Ou mesmo um grito de socorro
Com a minha voz tão embargada.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Coração
Até quando, coração?
Quando é que você vai deixar de me guiar?
Até quando vou sentir esse frio na barriga?
Ai ai...
Esse frio nas mãos, esse enjoo maldito...
Coração, você bate muito!
Não pare, mas amenize.
Continue comigo, mas tenha juízo.
Por favor, coração!
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Não passou
As pessoas insistem em dizer que vai passar
Não passa!
Não diminui...
A dor é insolúvel.
Não ameniza, não evolui.
É triste ter no peito um amor mal resolvido.
Ouvir as dores do passado
Sussurrando ao pé do ouvido...
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